Texto produzido para perfil pessoal no instagram publicado 7 de setembro de 2020
Carrego em mim tristezas e até alguns traumas do passado. A bagagem é incômoda, mas aprendi a lidar com ela. Entre erros e acertos, o saldo hoje é positivo, porém o aprendizado foi dolorido.
Convivo com a depressão há mais de dez anos. Os percalços atravessados por esse período são vários, contudo, fizeram com que eu me conhecesse muito mais.
Antes da depressão, eu não me permitia entrar em contato com aspectos emocionais mais difíceis. Fugia de falar dos meus sentimentos. Hoje, falo disso com a facilidade de quem tem a certeza da liberdade que isso traz.
Não se engane, eu não falo sobre o que sinto para atrair atenção ou piedade de ninguém, falo porque preciso tirar de mim tudo que me dói e dividir tudo que me faz feliz.
Preciso que pessoas vejam beleza onde eu também vejo e que também vejam o porquê me furto de sorrir, por vezes.
Eu não quero o rótulo de guerreira. Sou fraca em dias triviais e forte quando consigo ser. Entre lágrimas e tentativas dissimuladas e inúteis de não sentir o que era óbvio, eu só queria controlar minha mente.
Aprendi que sem ajuda isso não é possível, preciso da minha família, dos poucos e bons amigos que eu tenho, por vezes, de remédio – meu companheiro de várias temporadas – e, também, de terapia, para tirar de mim as culpas que não são minhas e enxergar a luz que me furto a ver aqui dentro.
Sei que não existe cura para o desequilíbrio químico do meu cérebro, mas sigo descobrindo maneiras de me equilibrar, entre choros e sorrisos, o sol e as nuvens que existem em mim.